domingo, 18 de abril de 2010

o amor é um sono que chega para o pouco ser que se é
cesariny

a mais ninguém
a indelicada gratidão
de um fim de tarde
encostava como em você

como se o horizonte inatravessável
fosse azul fosse outro
um cruzeiro que brilhasse embalando o oceano
pelo teu olhar olhava o céu claro
fosse o teu adeus
que caminhava até a foz.


(escrever de novo o que é isso que se diz aqui)

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tomei chuva ao pé de Alfama procurando por onde morar. só percebi que chovia quando a água já tinha escorrido do guarda-chuva amarelo nas minhas costas, por dentro do casaco. a saia ficou pesada de água e os pés empapados.

depois vimos uma pomba doente embaixo do arco-íris que montou sobre o Tejo e lembrei de ter visto uma pomba andando na plataforma do metro no Marquês. há pombas e pombas.

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e como não sei onde vou morrer
ou mesmo morar daqui 25 anos
(5 não digo, que é pra não ter ansiedade)
me deito no lençol todo branco
não me esforço
só vejo nas minhas unhas um pouco sujas
a limpeza áspera das tuas mãos.






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e é tudo tão calmo agora. você não imagina quando alguém entra na sua vida. e que tudo entrado vai ser colocado. e que tudo colocado vai ser transformado. e depois isso tudo fica. e depois a gente fica em tudo. é pra isso que a gente vive. é isso que a gente quer. se não, é menos do que querer. e menos do que querer, é muito menos do que viver. e menos do que viver, nem morte é.

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