domingo, 29 de maio de 2011

tenho uma nova amiga

A BOCA

em espessura do tempo feito infindo
em amor me feria dilatava

a boca era um leito um órgão de lava


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O POEMA ENSINA A CAIR

O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede

até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.


[Luiza Neto Jorge]

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