sábado, 25 de junho de 2011

arbitrário

pensei ontem que quem não entende herberto helder não percebeu (ainda) como um poema pode ser um van gogh. - - -

- - - calor de silêncio rumoroso, leva-me de volta ao prazer do em si. leva-me ao, ao não interdito. - - -

quero tantas vezes me perder, fragmentar, cegar, pra ver o que está mais ausente no precário que sinto, arrancado então, feito novo, feito explícito, a pessoa aqui vive sempre do que acabou de perceber, e é sempre um lugar que leva a outro, não há um pavimento que não encaixe em outro nos meus sonhos, um lugar que sempre leva a outro, e eu mentindo ao escrever sobre abismos, nunca me faltam os pés, até quando tento, tanto que tento e depois fico, sofro, de tudo despedaçado pedaço por pedaço nada me dá fôlego. e meus pés sempre onde estão. 

suficiente pra perceber que há um contínuo entre todas as coisas e que silêncio não quer dizer, silêncio não quer dizer. diz, como as palavras, diz, enquanto comes a comunicação com silêncio, diz com as tuas palavras aquilo que diz - não o esquecimento, nem a continuidade, mas uma mistura puramente poluída entre uma coisa e outra - o direito ao erro, não, o valor do erro, o peso que as coisas têm, qual é? quem o mede,  aquele inventa? sabes como limpar uns dedos sujos, sabes como se fala com deus? e com os loucos, você sabe falar?, 

eu sei comer cerejas e saber que não são dele.
quando estão na minha boca.

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