sábado, 11 de junho de 2011

sendo nós como a sardinha a voar por cima das águas

tenho medo de ser eu a noiva deste arraial. finalmente me encontraram e estou com o cabelo todo envolvido por cobras e louros de umas colinas antigas que há aqui na Europa. enquanto nos casamos toca morango do nordeste,

 se as notas da música não se sentem invadidas pela letra das canções?

isso eu já não sei. estou musicada pelas palavras que invento. toda vez que eu falo alguma coisa passa pela palavra um eletrochoque chamado esquecimento que depois a revigora fazendo

(percebi aqui o meu procedimento, ou que hoje estou mais rápida do que o meu computador - às vezes vou para o teclado da máquina de escrever quando isso acontece, pra que eu tenha que pensar mais devagar, e não tão lento quanto à mão. porque no teclado costuma dar tempo de escrever tudo. mas hoje não está dando.

há uma festa típica lá embaixo. amanhã teremos fotos dela pra vocês. acontece que o típico varia de esquina pra esquina. vi gente dançando techno de boteco dando passinhos pro lado feito uns gansos que procurando comida no meio da palha fizessem um ninho.)


fazendo, fazendo? fazendo palavra. mas seriam assim palavras novas ou renascidas ou quem sabe rejuvenescidas? tipo dizer "alfombra": "1    tapete espesso e muito macio, de cores e figuras diversas; alcatifa". - não este procedimento não me convence.

eu estou convencida por um homem chamado roland barthes. eu gostaria de contar que vez ou outra eu abro um livro deste homem que foi roland barthes e concordo com uma meia dúzia de coisas embora a agudeza às vezes me espete nos homens de Letras.

(sim, há homens de letras. é uma coisa impressionante, eles têm dois olhos, uma boca, um nariz com duas narinas, orelhas. contam-se perfeitamente nos homens de letras os 7 buracos da cabeça. há também um coração.


coração muitas vezes minado pelas Letras, seja no sentindo de serem, como vocês podem imaginar, uns ríspidos amedrontados e/ou uns sonhadores. eu mesma quando fui homem tive uma experiência como essa. mas depois que eu comecei a comer milho e a comer couve quase que diariamente os meus sonhos passaram, meu estômago parou de arder, eu me torntei feliz e escrevendo, às vezes na máquina de escrever, às vezes no computador, às vezes à mão. escrevendo é que vou ao arraial, às vezes tenho medo de ser a noiva, às vezes vou sair e encontrar a galera que é sábado à noite e eu gosto de discordar das festas, mas nem tanto.)
e às vezes me espeta no Roland Barthes, quando eu acho ele afinado demais com aquilo que é Roland Barthes. é bonito quando algo escapa do previsto, e com ele parece que só afina, afina, afina. será isso a técnica de si mesmo? técnica do escrever. era um viciado, é claro nos textos dele que ele era tão viciado, e olha que de vício é uma coisa que eu entendo (tipo sábado à noite, a maior festa na vizinhança, e eu aqui falando sobre Roland Barthes) (sem querer parecer que eu faço isso porque me obrigam, justamente não é isso, justamente eu faço obrigada, me mandei sentar aqui e escrever antes de sair qualquer coisa que transmontasse) (pra voltar pro convívio humano.

escrever, essa separação para depois encontrar. mas isso é a poesia. gente. a poesia não é uma coisa que assusta vocês?



estou muito certa de uma coisa que me perdeu. agora tentei dizê-la, mas lembrei novamente. certas coisas só se pode falar do lugar do esquecimento. adiós, vou ser a noiva do arraial pra nunca mais voltar.

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