quarta-feira, 7 de setembro de 2011

te dou uma tonelada de amor

atravesso aos poucos a correspondência em dia de amor meu quinhão é três vezes 
nossa luz - estou cega - percebo assim- primeiro os objetos todos voam por cima
como se fossem me entregar um presente que já chegou, fico observando
os ovnis que vieram viver dentro dos fios do meu cabelo - são estrelas dos conformes
conforme a prescrição: vinha sem bula: e de repente as palavras tinham sido
as palavras tinham sido raptadas! era isso. junto com os ouvidos. ouvidos levados à sério
esquecidos, tapados, os ouvidos já não entendem uma canção
os ouvidos já não podem com isto porque os ouvidos querem abrir-se sós
para uma língua - para uma língua. - que é o que importa. ter uma língua, abrir-se.
notar no dia seguinte que nenhuma música de amor faz sequer sentido, porque só corpo
é sentido. é sentido é o sentimento.

penso em pegar uma folha em branco e fazer uma lista da abrangência possível de a teus pés
já começo da partida de que é uma primeira vez - que é pra durar pra sempre - ou pra durar pra muitas vezes
tenho essa ansiedade da duração - o melhor mesmo é subir
a serra, a tua perna, meu canto -
murcho só o aprisionamento, ou no meio do medo meus olhos solúveis.

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