sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

se abro o caminho do caminho, viajo.
se tento me recolher ao erro, vicio.
ontem tentei destruir a destruição. 
fui absolutamente incapaz de fingir que me interesso por ela o quanto me interesso. é porque não sei atravessar os esquecimentos e deixar de te dar a mão, quando me pedes, ou se não pedes. é só uma coisa de estar ao lado. de deixar de tomar um lado, incapaz? há momentos em que um vento ocidental varre os negócios dos ócios e tira os olhos da flexibilização, quem escolhe? posso, inclusive, elaborar essa estratégia de tentar encontrar uma falta de sentido libertadora, um dizer que não seja nada mais que uma mão estendida por dentro de uma garganta. mas é impossível. impossível também com este desânimo de fim de inverno, o corpo todo tomado por isto, mas sei bem mas sei bem mas não vou. digo: sei que amanhã vou subir uma serra e todo o medo será um carpete para pisar o céu. o céu das coisas têm cor de romã e une, o céu das coisas une intenção e gesto. a prática da sinceridade é uma prática de desestabilização dos métodos. há um ponto em que eu resolvo parar de dizer qualquer coisa. há um texto do deleuze que quero muito ler e que se chama "para por um fim no juízo", alguma coisa assim, sempre. e quero tanto ler as coisas que quando abro o primeiro parágrafo quero sugar cada um daqueles líquens de musgo até mastigar as conchas e os vinhos da tua carne dura, ó carne dura, inverno de merda. ontem tentei destruir a destruição e hoje fui recompensada com duas páginas. faltam mais oito nesse pedaço e tenho que desfazer essa espécie de expectativa do suficiente, porque a única coisa que é suficiente nesse campo de mim mesma é a seriedade. e alguma rinite que sobra, que obra, a rinite obra em mim uma precariedade constante. o bate-papo nacional em portugal hoje tem a ver que o governo está dizendo uma coisa e o ministro das finanças falou no ouvido do alemão outras coisas. e portugal está querendo dizer que é outra coisa que não a grécia, por que "se a grécia sair". putz. momento histórico de merda.

Um comentário:

Érico disse...

Têm mais é que sair dessa uniãoeuropeia conservadora e careta! Que não dura mais cinco anos.

 

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