terça-feira, 17 de abril de 2012

não estou só

minha convicção dormiu seis anos
atravessou a rua
deu as mãos pro cisne, albatroz, gaivota
mas a verdade é que só há pombo

entrega, asa aberta
e do alto a trégua avisa
lá que eu vou chegar mais tarde
cheia da gente, do mundo

vou atravessar duna
tempestade, cidade
fazer versos como quem ora
por dentro do túnel do metrô

contaminada pelo cinza
vi do teto dele
água de concreto
notei estar no século

as tubulações têm cores
pra servirem de aviso
gás, eletricidade, cursores

em pouco tempo não
haverá um homem
que nunca tenha voado

já não há ninguém
que nunca tenha ouvido
um alarme disparado
 

vou de fones pela rua cinzenta
nunca sei se vêm da música

EU AQUI TENTANDO ESCREVER UM ALARME DISPARADO CLARO DAÍ FUI AO BANHEIRO E AO VOLTAR BATI A PORTA o alarme parou

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