quarta-feira, 9 de maio de 2012

quero que se foda

não, isto não é fome.
é um desespero solícito.
um ódio fecundo, de tão leve.
havia uma relva aqui, então comi.

pra me deitar não posso esquecer
da pílula, os cinco dentes da frente
os outros (quantos são?) por lavar
quarenta e dois
quero que se foda
são 27 tirando os cinco

isto se você tiver juízo
e não quebrá-los
no primeiro pão da maturidade
que puxar. ou nas maçãs, meu pai!

sempre me avisou, meu pai
cuidado! com os dentes nas maçãs
e me dava serpentes, chinchilas, tive um caracol

hoje sou um raio, um gato, persa
hoje eu sou qualquer coisa
hoje é verão.

ontem me lembrei porque a bahia me faz tão
sagrada bahia. assim o seja,
tanto na terra como ao léu
fecunda os meus passos, torce
a coluna do filho da puta que feriu meu amigo.

tenho a bateria do radical:
sr. houaiss que me disse que
-arquia means poder, means
etc.,

i mean i was a cat
yesterday ao sol
hoje signore me dá
uma surra de cacto
me dá um signore, um cigarro
uma assinatura que me convença

o que é a lei a não ser uma borda de pizza, uma fronteira?
um convite a se retirar. a lei é um convite a se retirar.
beijo pros meus, adeus.


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