quinta-feira, 19 de julho de 2012

se um vaso na testa quebrasse

o bom das cidades é que elas não são de ninguém. mas há os comerciantes do bairro, as velhotas falando dos vasos das outras, existem os prefeitos e os presidentes das câmaras e os políciais que batem nas pessoas e as pessoas que ajudam outras a atravessar a rua. o bom das cidades é que elas não são de ninguém e se abre um fosso, um esguicho nos dias de calor, ou a impossibilidade de dois guarda-chuvas atravessarem um mesmo espaço. o bom das cidades é que elas não são de ninguém e você pode escarrar na boca-do-lobo e latir au au au pro cão dos outros. o bom das cidades é que elas têm na loja ao lado couscous do marrocos, bacalhau da noruega, mandiocas da paraíba e frangos no isopor. ultracorega. o bom das cidades é que elas não sendo de ninguém, atravessam o espaço, tomam a lua e arquitetam a órbita do universo. enquanto a sirene passa lá embaixo.   

Um comentário:

m disse...

au au auuu
summer in the city
means cleavage, cleavage, cleavage

 

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