segunda-feira, 2 de julho de 2012

trilogia da incomunicabilidade

tríade de quadrúpedes saltavam num campo de crateras
cada patada abria um buraco maior na esfera
e de cada salto se fazia uma estrela, um dom, uma luva.

luva esta que permitia a entrada nas tripas
nas tripas da luz de uma estrela
anti-queimaduras, vertigem em chamas

meu livro está tão quase pronto
tão quase pronto
que nem mexo nele, que é pra não acabar.

dia desses vou tê-lo. entre os dedos
das pernas, o novelo. o que cair no chão
risca a cisma, invade o ringue, fura a bóia
de língua no salão: salteia, rodopia
feito alho na frigideira quente
quando esparrama, mata bactérias
meu coração fungicida
ontem soube que o lorca
que a tradição do lorca
falava em duendes, depois
ny o deixou doente
não foi suficiente
para a poesia moderna
nascer & nem morrer
tantas coisas suficientes
mas ali dela, nem isto.
eu continuo, prefiro
perder o risco
sou tão domada
arisco é o ceú
nesse quente-esfria
entre todas as probabilidades
não sou de mais ninguém
escolho o queixo
tudo teu. meu. e teu
de novo.

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