quinta-feira, 8 de agosto de 2013

UM

Nada mais diário
que o escuro e o claro

e o meu amor
cabeça de diamante
cegando o conflito 

o meu amor o meu amor o meu
tantas vezes você me abandonou
na minha imaginação.

Faz uns anos
eu amava homens de imaginação na minha imaginação até que aprendi a amar
a imaginação agora que, amo homens que me amam,
imaginam em mim que me abandonam.

Mas não sou eu, não
não sou eu quem abandona ninguém nem sou abandonada é a imaginação
uma herança. Não sei se herdei do tataravô que assassinou alguém
e quer que a escrita que o perdoe. Aquele que morreu picado por uma cobra dentro de um buraco e a última palavra que pensou foi DENTE e é por isso que hoje escrevo dente.
Não sei se herdei do meu avô que morreu no dia de hoje ainda nos anos '70
tenho o modo de olhar dele
provavelmente também as juntas do coração.

Um avô meu viveu com gastrite depois morreu, eu e minha irmã também temos.
Um avô meu ninguém sabe se abriu o gás ou se foi enfarte.
Minha vó graças a deus está viva e lúcida e às vezes se escandaliza com as manifestações.
Minha outra vó morreu meio metro menor do que era. Tinha ouvido absoluto
tivesse eu herdado fazia alguma coisa dessa voz, mas herdei o queixo, uns poros do nariz.


3 comentários:

josé luís disse...

e a escrita, de onde veio? ;)

júlia disse...

do meu pai.

josé luís disse...

que sorte.
( a dele ;) )

 

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