quinta-feira, 24 de outubro de 2013

tupã

que a névoa nutre lua já se sabia e há quem saiba que a arte de perceber anda, se não em desuso, perdida pelas calles del ayer. há também quem confunda lucidez com descrédito em algo, em tudo, num símbolo. descrédito em si.

meus amigos não. meus amigos sabem ler sinais.
meus amigos estão bêbados de tanto interpretar.
alguns se perdem, outros saúdam.
que os encantos e os órgãos do que vive os ajudem.

de manhã uma pura espécie de profissionais, os arqueólogos que são biólogos e pescadores que devolvem peixes ao mar, estavam desmontando o aqueduto sobre o nosso chão, e mostravam as tubulações pra quem quisesse ver. avisaram que o trígono das raízes e das algas, quero dizer, os profissionais mostravam o lodo entranhado numas raízes do pântano, e aquilo borbulhava; e na borbulhação ficou clara a emissão: era para as algas esponjosas que vivem do sal da beira do mar. o que se dizia? não era bem um dizer, era como se não houvesse dúvida, elas respondiam. e assim se agitavam as raízes e as algas, úmidas como a nossa carne, quem olhasse percebia a comunicação em festejo, já que esse diálogo, que na verdade era muitos, esses diálogos formavam um triângulo onde no centro que não havia; onde no centro que não há estava você, e estava eu.

a água era verdade.

e eu que de manhã tentei pensar a respeito
vivi só de que é mais simples:
beber, banhar. aquecer, arrefecer. amolecer, formar
a forma do ser que envolve é
o que é.

evoé, saturno.
a benção, sol.

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