sábado, 27 de setembro de 2014

açúcar

fazia coisa de cinquenta dias que eu não comia açúcar. sou uma máquina à combustíveis e que excelência vinha sendo esta capacidade de dizer não a uma série de substâncias que alteram as velocidades e as consciências. dizem que é questão das células se acostumarem, que é preciso dar o tempo delas pra que elas se desliguem de certos hábitos. qual o tempo de uma célula é a mesma pergunta que: qual é o tempo do seu ser? 
beija-flor ligue os beiços nos meus
estamos falando de amor:
sugar cane fields forever.
hoje comi açúcar num doce de padaria, senti-me inicialmente como se tivesse levado um leve empurrão que me fez sentar. sentada senti muita alegria e constrição no meu peito, que constrição levou o corpo todo a se aquecer, as extremidades muito irrigadas de júbilo. o açúcar é a droga que nos dão na infância. 
imagine como era antes do açúcar? por onde se inebriavam os meninos? 
será que o nascimento da infância tem suas redondezas na descoberta e espalhamento do açúcar?
então comi mais algo doce e comecei a me sentir numa música dos jackson 5, assim de pequenos movimentos cintilando pelo corpo todo, a alegria de qualquer coisa sendo qualquer coisa se fazendo. a velocidade do arbitrário. e cabrum! meus músculos se fechando. como explicar o fechamento? pequenas placas como tectônico é o solo, omoplatas se juntando, e um grande peso no corpo aumentando.
não é à toa que o açúcar fecha a intuição. pequenos cristais de insensibilidade coagulam.
e que é dos maiores depressores que conheço. 
um pouco te põe pra cima, um pouco mais, ou mais repetidamente durante dias: AY QUE DESÂNIMO.
dizem que isto tem a ver com o tamanho da molécula que é preciso quebrar: são gigantescas as moléculas de açúcar e a produção de enzimas do corpo não dá conta de absorver tudo aquilo. por isso engorda tão facilmente, também.
curiosa capacidade do corpo não poder assimilar aquilo maior & assim conter.

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