domingo, 15 de fevereiro de 2015

Na arte de tornar o espinhoso
maravilhoso, aprendi
a ralar os joelhos
sem quebrar os pulsos.
A construir sem ganância
os muros
rodeados de covas altas
palmeiras de açaís
e o ruído da água correndo
ao fundo. Quebrei alguns
dentes, com outros mordi
mas diante de tudo
de repente, eu até cri
no insaciável
fogo que acendi.

Preguei lantejolas, amei
e nunca, nunca me vinguei.
Desperdicei foi muito
                     lixo
é o que se esquece
de tirar pra fora
e, no trópico, empesteia a área
mas até às moscas do chorume
destinei o meu amor.
Não com beijos
estes, não.
Meus beijos são só teus.

Não sei você, mas para mim, a paz é uma coisa que se exercita
vejo ela abrindo as asinhas, afiando facas
lambendo beiços, abrindo latas
temperando com sal, aquilo que não mata.

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