terça-feira, 1 de setembro de 2015

ontem à noite voltando do tai chi sentia que toda a velocidade em que eu tinha entrado tinha saído compartimentada pela continuidade do movimento de tudo e cada pedaço meu estava numa parte. a agitação virou fragmento. meu antebraço? um fragmento. só que minhas partes reunidas por cotovelos joelhos a vida e a morte. eu vinha andado na rua bem na parte em que os postes caíram e estava tudo escuro e tão raro dar pra ver a luz da lua nas coisas da cidade. nos fones o drummond começou a declamar "os ombros suportam o mundo" e eu achei aquele poema uma bobagem. nunca antes na minha vida eu tinha achado o drummond uma bobagem, fiquei por um momento pensando-o como um exagerado. pensei "nossa que cara nas trevas", "também não é pra tanto" e, afinal "que metáfora exagerada para o desespero do excesso de controle"... bem, hoje perto da hora do almoço fui fazer algum movimento com o pescoço e a tensão que eu estava na omoplata ontem a tarde Subiu e veio parar nos ombros. resultado: torcicolo. o drummond tinha razão, como sempre, "os ombros suportam o mundo", suportam a cabeça. o peso da cabeça não é nenhuma metáfora. carlinhos, seu outro nome, seu nome verdadeiro como a noite é perigo.

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