sexta-feira, 16 de setembro de 2016

sonhei que estávamos em guerra. um departamento de literatura de uma universidade em que estudei havia se transformado num hospício para receber aqueles que tinham enlouquecido com o som das bombas. eu tinha um envelope nas mãos, sabia que ele estava vazio, mas os loucos, misturados entre os professores, e os professores que tinham enlouquecido, e os médicos que cuidavam dos loucos mas que também me pareciam loucos, imaginavam que aquela correspondência continha um segredo de sabedoria. eu tentava não chamar atenção. alguém colocava uma antiga vitrola pra tocar uma espécie de valsa e dizia que as músicas mais recentes tinham se perdido em meio ao conflito. os loucos e os médicos dançavam, dançavam. um homem muito inteligente me tirava para dançar, ele tinha as mãos imensas e eu dizia que não, que não queria dançar. eu estava tímida. assustada com a loucura, também. ele insistia: "por que você não quer dançar?", e eu: "porque preciso voltar a escrever", disse apontando para o elevador no qual entrei para voltar a escrever.  e que estava tomado de camas para os doentes que não estavam loucos. 
 
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terei 3 falas em público em universidade em 3 meses.  
 
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é a junção do pensamento com a medicina, a necessidade de reaproximar certos pedaços de conhecimento. é bem mais que isso também. mas deixo para as entrelinhas. 

Um comentário:

josé luís disse...

nenhum sonho é por acaso. e não raras vezes a realidade suplanta a ficção ;)

 

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