quinta-feira, 8 de maio de 2014

década

estou mirando a grande mudança acontecida
na virada dos 29 para os 30 anos
não, não falo de voltar para este país
nem recordo de um momento em que não fui casada
e nem é tanto a aparição das novas dores
pois já me vejo dos 69 pros 70, reticente 
"a cada década novas doenças pra gente tratar".
não, nem é isso de que na minha postura
está nascendo uma nova postura
onde o esforço é o relaxamento da mandíbula
que há-de reaprender a não se magoar tanto
como também tenho aprendido
a metabolizar o que me acontece.

a alteração, a mudança, a novidade
(tão grande entre palavras caras: a transformação)
é que primeiro vieram as exclamações
como é bom tê-las: !!!!!!! poupá-las
por quê? nem vergonha tenho de dizer com muitas delas
"amor!!!" ou, "que coisa!!!"; "calma!!!".
"qualquer coisa" é que não sei se dá pra exclamar...
o sinal imenso mesmo das reticências.
logo estarei a gotejar suspiros numa chuva oblíqua?
antes, meditar: por que nos recusarmos aos pontos diversos?
se outros usam tantas aspas que, de tão gastas,
nem se envergonham mais?

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