quarta-feira, 16 de junho de 2010

o que é o tempo




clarisse: HAHAHAHAHAHAHAHAHA
esse comentario a 5 anos atras nao teria acontecido!!!
eu: hahahahahha não mesmo
em nenhum sentido
se ele me abraçasse por trás hahahah never
o q é o tempo, não é minha filha

pra ver a voz

o B me explicou dia desses que nós ouvimos a própria voz diferente do que os outros ouvem porque escutamos a vibração no osso, nos ossos.

coloquei o rosto, o ouvido no peito dele e o ouvi falar. então escutei duas vezes a voz.

será que há algum lugar do corpo de outro que se encostamos ouvimos a voz que o outro ouve ao falar? em que haja coincidência.

talvez procurar o lugar seja o amor.

criar compostagem

deito-me às 2h30. durmo às 4h30. levanto às 5h30. como. volto a dormir. acordo 12h30. não consigo entender quando chega às 16h30 e não vivi nem metade do dia.

encontro antes de dormir mil coisas. parece que é essa a viagem, viver como se fosse um hotel de mim mesma. fechei os olhos e noitei que dou muito foco aos órgãos da barriga. porque pensei que a pele também é um órgão. os ossos são um órgão? então fiquei desconcentrando a informação pra todo o corpo, conversei com meus pés durante horas. mas com eles até que é fácil conversar. pensei então nos músculos, tendões. eu estava por dentro de tudo. pra conversar não é preciso se mexer. então pensei que os gatos também são assim, se concentram na barriga. as patas são pra movimentar. os órgãos, não os chamam "vitais"? estarei então concentrada em viver?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

é curioso como escrever é a única coisa que me permite não ficar completamente vulnerável; ao mesmo tempo que só há escrita na vulnerabilidade - - - ou: troca-se vulnerável por permeável, também se dizem muitas coisas do que eu quero dizer.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

mas não sorrimos à toa

os dias se encontram como pontos finais, ou desenham um arco, é, melhor assim: um arco. antes de dormir e ao acordar, parece que as energias coincidem, as forças que sinto, vontades e clarezas - - - enquanto o meio é um tremendo meio. as madrugadas e manhãs: paredes de um canyon, todas as tardes: abismo desértico, isso de nariz entupido, o vento tão chato. lá no meio da rua, no meio do banco, o caixa do banco era outro, não era o de sempre, e fez anedota com o meu nariz, com meu responder "oi" ao não entender (se eu fizesse cara feia toda vez que um português me diz "força" ah se eu fizesse), me ofereceu um comprimido e a tarde ventava imensa, não era brasil, não era brasil. minha capa de chuva parecia de cobre porque não chovia, era ontem o dia da chuva, hoje era só vento e sair contra revelia. - - - - -


-------- acordei que nem contei: não tinha pão, abri uma lata de pêssego em calda joguei sucrilhos e linhaça, meu dia começou assim. agora terminou com iogurte de pêssego, aí estão os ciclos de sucrilhos, todos terminados, passando pela tarde com espinafre, frango, arroz integral e cenoura, não li o nietzsche que eu tenho que ler (antes quando não tinha, eu lia), respondi uns 3 ou seis emails, todos eles contando da minha técnica de exaustão (eu gosto disso, de ter muitos emails todos os dias, respondo a cada um deles e antes de dormir faço a minha oração compaixão com os escritores destinatários compaixão que eles nos levem à sério e não e percebam que sou só remetente de palavras que me remeteram em vigores lombos adestrados e vazios escrever, nunca te metas com um escritor se quiseres um par leal com as palavras um escritor vai dizê-las vai dizer-te tudo que pensa vai trançá-lo até o extase e depois BANG acabado BANG BANG BANG vai meter na tua caixa palavras de um ódio frio e ameno sempre estará do outro lado se revigorando com elas sempre maravilhado com as caixinhas de montar com a propriedade das palavras de provocarem misturarem incitarem CLARÕES - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - pois que palavra essencial é amor é amizade é eu e és tu - - - - - - voltamos) como um método de sucumbir para depois levantar, pensei como somos jovens, como somos jovens, como somos jovens, COMO SOMOS JOVENS, e de repente passa e não seremos jovens e não poderei mais usar a minha técnica infalível do recomeçar derrubando a arrogância no salão dos espirros recobrindo a humildade com catarro eu não poderei contar-te cem mil coisas - - - - - só duas ou três que te parecerão cem mil coisas de tanto que te acompanharão pelos incêndios e insônias, e ao plantar os pés de alface - sonífereas e insípidas- do teu cotidiano. -- - - - - - - - então descubro que com tanto contágio do meu amor querente passaste para mim seu vivo ostra de ser modos, agora sou eu que enclausurada estou numa rocha, e é ele, o sempre outro, o sempre vivo outro, que se aproxima da rocha e olha a mim mexilhão, com todos os olhos d miúdo que nunca tinha visto tais seres colados às rochas marinhas, e sem enciclopédia ou discovery channel, tenta ver-me e, maravilhado, quiçá, oxalá e colchão, o miúdo ama as pérolas e sabe mastigá-las com os dentes até parti-las, como eu, um dia, também contigo tentei.

terça-feira, 8 de junho de 2010

play with fire

sim e isso é tanto, mas as coisas se vão embora também nossas células se trocam quantas novas é tudo já renovado, resetado em quantos anos? onde será que estaremos daqui 20 anos? que pessoas nos tocarão? se esse ano é Hilda Hilst a maior escritora que já li quem será em 2030?

"Ai Senhor, tu tens igual a nós o fétido buraco? Escondido atrás mas quantas vezes pensado, escondido atrás, todo espremido, humilde mas demolidor de vaidades, impossível ao homem se pensar espirro do divino tendo esse luxo atrás, discurseiras, senado, o colete lustroso dos políticos, o cravo na lapela, o cetim nas mulheres, o olhar envesgado, trejeitos, cabeleiras, mas o buraco ali, pensaste nisso? Ó buraco, estás aí também, no teu Senhor?"



não sei dos lugares adiante, tão pouco tu sabes, e sigo, segues, somos seguidos.

dia desses duas moscas zumbiram em seqüencia no meu ouvido, mas não as pude ver. estive certa por dois segundos e tremi: É A LOUCURA.


que coisa forte que é.

alazão, alazão, acalma-te.

domingo, 6 de junho de 2010

não vês que teu mal é perdição? e que descanso além d'em exaustão só há no amor?

que idéia convulsa a que tens do amor, des-vivida, se nas encruzilhadas dos teus imaginários os amores são cães que se encontram, e latem, e saltam atrás das rodas enquanto atravessam a rua e se coçam de poeira na sarjeta

no que coube a mim enterrei todas as cordilheiras, achava. mas viramos as fronteiras de nós mesmos, não é preciso nem voltar-se pras costas e essas coisas sobem em (todos) nós como trepadeiras, fortalezas. que espécie de orgulho é esse que não permite uma pessoa deitar ao lado de outra pessoa. e só isso. um compartimento sem rigidez, um caber-nos.

se eu tivesse olhos nas costas também acharia que o terremoto (quando vier) virá por trás de mim?

que sabe me explicar perfeitamente/ e não me entende / e não entende nada (...)/ e nunca o ato mero/ de compor uma canção foi tão desesperadamente necessário

nem duas palavras consigo escrever sem me sentir improvável, precária, falante. quero o amor pelo ritmo, seja lá isso o que for. amor, excedente.

terça-feira, 1 de junho de 2010

alforria blues

em um dia otimista
se eu escrevesse tanto quanto lavo a louça, já tinha ganhado o nobel
1/3 da vida é faxina outro terço a gente passa dormindo ou comendo o outro terço
 

Free Blog Counter