sexta-feira, 22 de outubro de 2010

fulminante

crescer é tão brutal. como naquela manhã, ao sair da tua casa, em que eu descobri que te amava. acordamos um em cima do outro. depois falamos de duchamp. e de repente você fez um discurso comentando que não era o melhor como parecia se achar, que não era arrogante, como eu te achava. então nos levantamos da cama, aprendi a comer o melhor iogurte do mundo, e fui embora. era domingo. a cidade parecia toda plana e eu tinha dormido cinco horas. naquela manhã eu tinha te encontrado em mim. era eu a cidade, meu amor.



então, quando você se endurece mais é um golpe de cintura como brota feito flor em um vasinho de barro em cima da mureta que o rabo do cachorro derruba no chão branco e a terra se espalha,  eu tantas vezes bruta, então me impressiono com a minha delicadeza.
 
tem algo em aberto na minha vida muito em grande nesses últimos momentos.
e é como se eu sentisse o bafo disso, um bafo de estrela, diariamente.

4 comentários:

sabina anzuategui disse...

que lindo.

bonita a penúltima frase.

Anônimo disse...

gente, mas eu entrei aqui pra escrever a mesma coisa: que lindo!

júlia disse...

:)
engraçado, é absolutamente autobiográfico.

Camila disse...

Esse primeiro parágrafo é tão forte. "crescer é tão brutal. como naquela manhã, ao sair da tua casa, em que eu descobri que te amava." Me encontro nessas duas frases, uma pancada iluminada. Obrigada.

 

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