hoje, passeando de tarde, encontrei uma página, digo 30 arquivos do meu computador do romance que eu escrevia em 2007. pensei que talvez fosse legal terminá-lo. cada arquivo que abro tem uma versão completamente diferente (pelo menos de início) que a anterior. eu decididamente não sabia o que fazer, nem o que estava fazendo, e a cada momento levava a massinha pra uma massa posterior.
(na escola eu brincava de massinha e nenhuma forma que eu queria fazer tomava forma porque no meio do caminho outra forma me parecia melhor: olha, aqui vou fazer uma casinha, não, não! como parece uma salsicha, salsicha é tão sem graça qualquer um faz, vou... cachorro! - - e tudo continuava massa informe - - a mesma coisa com os desenhos, sem contar o horror que as formas literalmente materiais, as chamadas plásticas -errôneamente? se os textos é que são sim, de plástico -, sofrem em si mesmas as marcas dos erros, muitas vezes sem corretivos possíveis.
ou o que o computador trouxe para nós ou o que ou o que)
quando eu estava escrevendo o "antonio e asaboli" o grande acontecimento, pelo visto, era o "ou o que" e também o orgulho. por quê? porque oras, eu tinha 60 páginas de um texto que era absurdamente nada e tudo ao mesmo tempo e eu não começava nada eu era o exercício eu era o texto eu ia lá abandoná-lo? - foi o que fiz. ficaram pra lá, ficaram com suas pontas pra todos os lados e sem pontas de vez afiadas.
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mudando de assunto pro seu oposto:
toda vez que eu termino alguma coisa na qual me dediquei por algum tempo depois sou eu o caos sacudido, a luz que incidiu nas coisas até delirá-las, um caleidoscópio partido, uma imaginação toda do universo à solta dentro de mim e eu acuada acuada acuada pensando em nada em nada em nada.
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2010 foi um ano ótimo.
se consideraramos roberto carlos "se chorei ou se sorri/ o importante é que emoções eu vivi" e que foi um depois de 2009 e outro antes de 2011 e que eu morria de curiosidade pra saber o que ele seria e como viria e foi acontecendo tão por ele mesmo, o ano, as coisas, e eu fui indo nele, me recusando, trançando os pés de saliva, também chamada chuva, também chamada casco, sobretudo riso.
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