sábado, 4 de junho de 2011

se você pensa que cachaça é água

estou que não acredito. um pedaço de mim apaixonadíssima. outro pedaço completamente esquecida, retinta no esfriada. as duas coisas estão que não se anulam, nem me confundem, estão sobrepostas, trançadas, multiplicadas em possibilidades como se fatiassem o universo de bolos e eu tivesse-os todos como possíveis. vou comer até me dar dor de barriga. e vou parar, vou respirar, vou ficar sem pra ficar leve. vou viver até não ter fim o bololô que vou metendo cada vez mais densidade possível. densidade de encontros. me perguntaram assim (se perguntassem) "o que você faz da vida?" "eu? faço amigos." "e o que você faz com eles?", "trabalho, eu trabalho". possível, me perguntaram se eu achava possível viver certas coisas antes dos 30 e como sempre eu respondi que os meus possíveis são distintos dos possíveis de toda gente, mas isso não faz de mim (nem dos meus possíveis) uma pessoa ligeiramente especial, mas tão somente uma pessoa atenta às possibilidades, minhas e dos outros, de variarmos e sermos, inclusivamente, impossíveis.

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