vamos fazer um caminho mais curto em direção ao fim do mundo
desta vez
ou não
vai ser impossível observar os flamingos
que ali, de tão parados
provavelmente são de plástico.
por aqui os chineses andaram comprando as coisas da terra daqui.
que não é chinesa.
nem nunca será.
neste momento considerei a possibilidade de ter acima cometido uma profecia, porém errada.
será caso notável no dia dos olhos de alguém, muito futuros, e tão murchos quanto os nossos, conforme os anos passam, olhando as coisas que mudam e as coisas que não mudam, repararem no delicado equívoco da inocência que todos temos, por estarmos todos em nós procriados o nosso tempo.
e seguiremos ouvindo mercedes sosa.
herberto helder escreveu:
"E sempre assim, sempre: cidades inexplicáveis onde se tem medo. Prados para vacas, não para um poeta di-la-ce-ra-do por uma tormentosa inocência".
a minha tormentosa inocência, no fim de todos os anos sabe que é melhor avantajar o bem dos possíveis, do que os nãos, incabíveis.
- já tenho idade pra saber que os anos se passarem aos cavalares, alternam em nós as posições de: cavaleiro, corda do poste para amarrar o cavalo, cavalo em si, estrebaria, pista de corrida, feno feno e pasto.
este ano assisti fritzcarraldo, do herzog, com meu pai em são paulo e, vocês sabem, que no fundo meu intento é ser ele.
se você recebeu este meu sinal de mensagem, é porque te amo. assim, fim do ano é aquele momento em que nos deixamos ser vulneráveis e me deixa dizer que te amo, beibe. isto tudo vem bem a propósito. ser mais inteirão. e se eu te amo, é porque eu espero que o ano que vem te seja impossível.
enquanto por aqui seguirei do meu traço, o rastejado.
e conto com vocês para tirarmos todas as botas que nos pisam de cima, pelos lados.
o peito ao acordar: aberto.
quem sabe dar uns gritos, ir ao campo e encontrar resistência na fuligem.
fogueiras. e amores-ímãs,
onde, nos resta saber em que lado é que as peças se encaixam.
para o ano que vem sonho:
corpo de gato, nave de platina.
um mundo menos supérfulo e mais gratuito.
ar aberto
mar floresta
montanha sobre montanha
uma violência cômica.
tudo do seu tamanho.
e alternativas.
sinceramente,
beijos muitos,
júlia.
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Um comentário:
Refazendo tudo em 2012:
http://www.youtube.com/watch?v=ILFrXREiLrA
beijos,
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