domingo, 29 de julho de 2012

mas o espírito de tudo quando ainda não havia

Um corpo de medo ultrapassado. O mato gordo e mais virgem que uma puta, mato daquele verde retinto e gordo, que tão bem se acopla em si mesmo, quanto mais perto do barro vermelho. Aquele verde carnudo feito um olho. Que explode feito olho mordido. Mas, de seiva branca que deitará, ninguém morde. A não ser quando no corpo invade a cobra. Mas eu estava voltada para a pessoa que vive em mim. Estava feliz por ser eu mesma, com as plantas ao redor e uma estrada embaixo dos pés. Eu era incapaz de ser incapaz, naquele instante. Com os passos que eu estava dando, toda a fúria do frio tornava-se liquida pelos tendões, se aquecendo em sangue. Eu era o próprio arame da cobra que tinha comido a seiva branca, eu tinha coragem. E nenhum veneno.

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