terça-feira, 25 de setembro de 2012

resumo


Ainda não foi desta vez.
Torna-se um prazer, então consigo.
De percalço em percalço a gente faz um salto.
Encontro no ar palavras melhores do que neste resumo.
Tomada de sobressalto:
A tradição despede-se mais uma vez.
A tradição literária precisava de um novo autor,
sou eu, vim suando muito, camelo sou.
Faça de mim seu oásis, nome de motel, estrela no céu.
Cada poeta forma uma constelação própria e se apropria
de si mesmo, dos outros, dos gatos, dos cornos, das águas
das águias, das algas, dos mofos, dos ácaros, das visitas.
Cuidado! Visitas, não deixem os óculos no sofá, que hein,
hein? Eles sentam em cima. Eles sempre chegam?
Não sei, mas tem que ser hoje. Os dias foram contados.
Os prazos estão de pé.
Trouxeste o arpão?
Você vem com os peixes, eu abro as guelras
enfio pérolas lá dentro, até explodir de tanto luxo.
Juro que eu não presto. Você também
precisa saber se inventar. Ou, adeus.
Ok, permaneço. Sou a tradição
se me destroem, vou parar em outra
outro lugar. Sou a gordura
entre os ossos que os homens roem.

Um comentário:

Luis Fernando disse...

"Cada poeta forma uma constelação própria e se apropria
de si mesmo, dos outros, dos gatos, dos cornos, das águas
das águias, das algas, dos mofos, dos ácaros, das visitas"

Resumido!

 

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