novembro chegou. e com ele veio também a minha impaciência à tona. impaciência de milênios, de horas não aproveitadas. impaciência de dar cabo ao que é da esperança. fértil, infértil, a vida é tão ritmada. continuo pondo à prova certas coisas: minha expectativa de que as coisas melhorem, meus pulmões na ebriedade do que arde. é tantas vezes a lucidez que me guia dentro da tormenta, que me acostumei a enfiar os dedos na água e agitá-la até causar o vigor de uma tempestade. dou a água para você beber, a água grita dentro de você. a água me espanca quando entro embaixo do chuveiro e vou dizer: eu gosto. é melhor sentir qualquer coisa entorno do corpo, do que não ter um corpo. meus versos viajaram em mais goelas do que o mick jagger. estou é cansada dessa morbidez sem estrutura. não aceito o delírio como prova de nada, é só a lucidez que me interessa no delírio. só a aprendizagem do delírio. então, se fumo, é para resistir. e depois de um mês, um dia sem, me faz perceber os sons da rua e do metrô. ontem os trilhos zumbiam e eu olhei pra eles como quem procura um rato. hoje duas meninas passaram de bicicleta e o suave trino dos aros me disseram que é outono, a ponta do nariz gelado. a gatinha tem cheiro de ser vivo, eu acordo às 8h30 todos os dias pra aplicar antibiótico em seus olhos. e, quando posso, volto a dormir. "eu tinha no coração, senhor, uma espécie de debate". no entanto, a única coisa que posso te dar, por enquanto, é a minha ausência. depois disso, depois disso, depois disso eu não sei. JÁ DISSE.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
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