domingo, 31 de março de 2013

nuvens impermanentes

além da ilusão do seu ser pessoal
estou numa daquelas fases que é mais fácil citar, do que dizer
(e há pessoas que vivem em fases assim com imensa tranquilidade)
também eu não ando impaciente, embora vez ou outra meu ouvido direito fique entupido
porque meu tímpano é como uma raquete de tênis, o fulgor da bola na caçapa da rede, sem fenda para grandes objetos
porém o vento é como a areia peneirada, o vento faz sulcos nas folhas do meu dentro
e como a seiva do que há, meu muco que agora eu respeito, minhas vias respiratórias são um termômetro do redor, e não pereço verde 

sobretudo descobri que sou um armário do meu avô, carrego as plantas e não deixo ninguém tocar. quem quiser trazer o mal que fale com ele. sobretudo fui instruída a desviar os olhares dos negativos, estou prenhe de purezas; que este resto, esta permeabilidade, é um acaso que não se cura, mas que o meu acesso é o paliativo, ou ser a fibra do trigo pelo alto junho queimada,

há tão poucas chances de inventar um mundo. e eu fundo!

eu, no fundo, encontrei o permeável permanente: e de estar sempre mergulhada já não temo. faço dos corais meu amuleto, e ponho os amuletos (todos para conversar com meus ancestrais) no sal grosso, no meio das bebidas. que ofereço pro santo,

um gole, trisca o vento, meu amor. que a rigidez não perfaça o dom. N U N C A.

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