terça-feira, 11 de junho de 2013

mil anos nos separam, Altazor

Mil anos nos separam,
Altazor
e passei a noite, meditando
a duplicidade das estrelas
seu reverso,
meu amigo,
matéria de luz e espírito,

eu sou a matéria do que não acontece,
     se tivesses um irmão
     nascido
     do clarão do dia — sou
     eu — Altazor
Aquele que nunca
     sossega nas paradas
aquele que só pode se esquecer
porque os que lembram
estão sozinhos
     e é de noite.
aquele que só pode se lembrar
porque os que lembram
estão sozinhos
    e é de noite.

Eu sou a fenda que ultrapassa.

Altazor tu és a própria
     esperança do que recomeça.
Eu sou o término
      o término. O filho de Saturno
      mensageiro veio

      roubou as portas
      do seu pai
      enfiou a garganta
      nas fechaduras

e começou a sangrar
como se cantasse. Tinha dentes
muitos nessa época, Altazor.

Me despedi de mim para receber.

3 comentários:

Anônimo disse...

é vc quem escreveu?
(viva cacilda becker, atrasado!)

júlia disse...

e fui eu! não foi ninguém não! e fui eu
(se não fosse eu daria a fonte, aqui sempre)!

e viva cacilda becker! sempre é tempo.

Anônimo disse...

:D ficou lindamente

 

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