Perdi meu amuleto, depois achei
o âmbar do mar báltico me espera
na outra ponta de Lisboa.
Embora a morte de ilustres seja a cada dia mais cotidiana
não é só a cidade que está afogueada de vermelho
nesses dias de fuga,
veja bem,
veja meus olhos,
tantas coisas a fazer
a melhor delas é que percebas isso
mas eu teria que ter garganta
grafite, que era pouco, nunca usei.
Gasta-se como o tempo
nas solas dos sapatos
nas calçadas brancas
embora haja o aprendido
de carregar minhas coisas
limpar os ambientes
tomar chuva sem chapéu
e falar duas línguas
numa mesma língua
numa mesma língua
ainda não sei se "grafite" é masculino ou feminino.
São tantas as nuances do desejo.
Quando chega o fim
é assim a gente se confunde
sempre pensa ligeiro e lento
onde estará o alicate?
Que tenho de levar
pra arrebentar o elo
que desaprendeu a amar
esquecido de voar
depois de ser do sol
onde criava caminhos
agora vê só a marcha lenta
o nevoeiro dessa terra
onde as folhas ainda caem
sustenidas pela minha saliva.
É a mesma salina memória que vem do rio
e que tantos ouvidos furou até que cantassem
a mesma salina memória que vem do rio
e que, depois de parecer brisa, revela-se entranha
e pesa nas ancas como gruda os calhaus
na orla.
Caiu a noite lenta
a cidade
se dissipou?, não sei.
Sei que choveu
dentro do adeus.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
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Um comentário:
foi acabando
aos poucos
no ritmo lento
no ritmo
a chuva começo a cair
acabou, finalizou
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