gosto dessas madrugadas. passei grande parte da vida que já vivi achando que eu era uma pessoa notívaga e talvez eu até fosse, atravessei toda a adolescência com algum disco que pontiagudo fosse até o âmago de alguma densidade. anos depois também migrava pela noite dentro, até o reverso.
fumava, bebia água gelada, ouvia gal costa e janis joplin, coisas que não faço mais, ou não faço mais dessa forma. lentamente vou me tornando uma pessoa das manhãs, a cada ano acordo mais cedo. embora das noites eu goste, eu gosto delas tanto que permito que me comam, que me abocanhem. tem seu perigo.
tento, como eu tento e todos os dias, descultivar as angústias e eu tenho muitas angústias e as noites as ampliam como latifúndios em que é possível se caminhar. sou só um corpo pequeno no escuro, o escuro não é possível mapear. fechar os olhos, escutar.
e como eu gosto, gosto mesmo das madrugadas pós-feriados eufóricos, glutões, excessivos. eu adoro a madrugada que é agora: do 25 para o 26 de dezembro; ou a noite em que se vira do dia 1 de janeiro para o 2.
são noites infinitas silenciosas, enfastiadas, melancólicas, exaustas, enxutas. quando alguma ressaca de tudo que se viveu se apresenta numa corda bamba e há um mergulho no finito, no inevitável, que tranquilidade, parece que finalmente tudo dormiu.
faz silêncio essa noite e eu também.
fumava, bebia água gelada, ouvia gal costa e janis joplin, coisas que não faço mais, ou não faço mais dessa forma. lentamente vou me tornando uma pessoa das manhãs, a cada ano acordo mais cedo. embora das noites eu goste, eu gosto delas tanto que permito que me comam, que me abocanhem. tem seu perigo.
tento, como eu tento e todos os dias, descultivar as angústias e eu tenho muitas angústias e as noites as ampliam como latifúndios em que é possível se caminhar. sou só um corpo pequeno no escuro, o escuro não é possível mapear. fechar os olhos, escutar.
e como eu gosto, gosto mesmo das madrugadas pós-feriados eufóricos, glutões, excessivos. eu adoro a madrugada que é agora: do 25 para o 26 de dezembro; ou a noite em que se vira do dia 1 de janeiro para o 2.
são noites infinitas silenciosas, enfastiadas, melancólicas, exaustas, enxutas. quando alguma ressaca de tudo que se viveu se apresenta numa corda bamba e há um mergulho no finito, no inevitável, que tranquilidade, parece que finalmente tudo dormiu.
faz silêncio essa noite e eu também.