Anos atrás o rapaz com quem
 deixamos de ser virgens juntos
 propôs que um dos primeiros exercícios
 que faríamos juntos 
 seria nos colocarmos 
 um no lugar do outro.
 Sem muito suor
 isto criou um impasse 
 ilusionista como são todos 
 os impasses do desejo:
 como iríamos juntos 
 parar um dentro do outro? 
 Se estávamos, se nascemos 
 e continuaremos separados?
 E nos desdobramos tanto 
 em pensares, sem fazeres
 que chegamos ao possível
 colocar-se no lugar do outro
 pela consciência 
 de se meditar 
 num outro
 eu ele 
 sendo o mesmo 
 ponto. 
 Então nos perdemos.
 Por que se eu me colocar
 no lugar do outro
 onde terei colocado o outro? 
 O outro é aquele o outro
 que só se move 
 por si só.
sábado, 21 de janeiro de 2017
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