quarta-feira, 5 de agosto de 2015

a memória é uma casa que se visita pra trocar as chaves. é uma noite de lua cheia que te leva para um lugar sem nome. um estado, uma viagem, um-todo-lugar, um desvio, um abismo, lareira e percurso.

meu mergulho.

ao entrar no mar me lembrei de um outro julho quando, era de noite, e minha Vó me deu uma prancha de surf vermelha. no dia seguinte ainda era inverno, estava frio, e era preciso estrear a prancha, mas o dia garoava solenemente. vovó não se deu por desperdiçada: embaixo de um guarda-sol, com uma capa de chuva e um guarda-chuva voltado contra o vento ficou lá da praia, me olhando, os minutos que eu no mar cinzento ignorava o frio e "surfava" nesse mesmo outro mar onde hoje mergulhei e mergulhei com gesto de homenagem ao que se vive e perdura em nós. pela memória sempre limpa, mergulhar. no sal. na cor. na dor. e no amor.


a memória é o mar - e vice-versa.

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