A BOCA
em espessura do tempo feito infindo
em amor me feria dilatava
a boca era um leito um órgão de lava
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O POEMA ENSINA A CAIR
O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.
[Luiza Neto Jorge]
domingo, 29 de maio de 2011
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