NÃO MAIS
Não mais te seguirei a um palco suburbano
como num mês incerto de setenta e três
ou mais exactamente
a ninguém seguirei
seja a que lugar for com o duvidoso
e porventura inútil desígnio do amor
MARGEM DO MAR
Volto-me para ti ou antes para
o teu lugar se é que tal abstracção
é possível, noite sem
som onde tu és o eco múltiplo
procuro
ver novamente os teus vários retratos
animados pelo sol o amor ou a respiração
o sangue torna
a passar-te nos braços fotográficos
devo continuar
a narrar o percurso irregular
da tua multiplicidade
eras o ar a árvore voltar-me
para ti é como procurar
no mar os afogados
ANOTAÇÃO
Juntos dormimos ou estivemos
deitados acordados
sobre a mancha do mar
em que como dois rios confluímos
[Gastão Cruz, do "Escarpas".]
quarta-feira, 6 de julho de 2011
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