havia um gramado, relvado de futebol, daqueles montados sobre um descampado, cheio de pequenos relevos e tufos faltantes e pequenos arbustos misturados. acho que misturei um que vi em castro marim, com aquele da infância, atrás da escola de aplicação. eu cultivava o campo. ele era seco com cores amareladas, gastas pelo sol, e alguns novos tufos também. não discriminava o velho do novo, para tudo haveria espaço de crescer. mesmo as ervas daninhas, para elas dava a vez. depois de muito tempo com pás e baldes, rastelos e vassouras, mãos na terra, o campo era meu e de quem quisesse ver. então aparecia um par de sujeitos com uma máquina de cortar grama. o cara olhava e me dizia que tinha vindo cortar meu campo. eu ficava calma, mas indignada, tanto trabalho! e o convencia "pelo menos me deixe tirar o meu trabalho, isto é minha dissertação". e o gajo dizia "okey". fui para uma das extremidades perto de um gol, e como num decalque de adesivo, sutilmente puxei o meu trabalho. saiu como uma esteira de vime, mas muito longa, do tamanho do campo de futebol. e a palha era transparente, escritos por cima em azul. longuíssima e enrolada, a esteira do meu trabalho era levíssima, e a levei por debaixo do braço.
domingo, 16 de setembro de 2012
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