tenho como mestres um professor e um xamã
e embora ambos se confundam um no outro
(assim como o meu pai é o meu avô
e ambos são as fusões do magma celeste)
eles me querem a escrever: então escrevo.
e como minha melhor amiga vai ler: escrevo.
e como eu mesma encontro o que dizer: escrevo:
há leveza nos ombros e limpeza nos olhos.
já se percebeu que entre planta e planeta
há só um "e" escrito a mais
o que isto quer dizer?
que criar raízes é o mesmo que fazer órbitas.
e o ritmo acontece nesse entre.
se eu soubesse desenhar o resto da água
que se abanca em gelo nos polos
ou a cobertura de musgo que vive na sombra
e com o vento não se arranca embora
movimente sutilmente quando chove
ah! sorriria. como não sei, sorrio também
pois há um meio: dar o meu rosto: dizer.
e ofereço meu próprio corpo a ser:
arbusto e água corrente, vento já não sei
o que engloba o que me olha.
mas, pois, que escrevo
tenho o meu lugar.
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