segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

estive aqui a pensar num outro número, 30, e pelo meu ouvido ouço nessa música sempre "limpai", ao invés de "limpei", que é mais provável, pela constância dos verbos reforçar (eu faço) a canção. destas pequenas convivências vive o meu ouvido, vive a minha língua. só serve pro que eu quiser.

perdi a memória
turvou-se-me o pensamento
não posso contar a minha história
perdi a razão do tempo


quebrou-se o espelho
não sei como sou
não sei se sou novo ou velho
não sei onde estou

no meu quadro eu só tenho
esta visão
tantos olhos apontados
à minha mão

não tem sinal nem posição
do bem ou mal não tem cartão
não trago marcas de solidão
nem gargalhadas de emoção

perdi a lembrança
da mente risquei
a história que não me interessa
a história que eu não serei

limpei a cabeça
de tudo o que ela não quer
e ao corpo fiz a promessa
só serve pro que eu quiser

será vossa imagem
que me convém
ao sair da desfocagem
não vi ninguém

não quero ver o que enganei
nem quero ter o que eu já dei
não quero ver o que enganei
nem quero ter o que eu já dei

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