dia desses reli no meu caderno / agenda que sempre tenho comigo há anos e onde escrevo sempre que as mãos tenham o ritmo da tinta da minha caneta que curiosamente a.m.m. e m.c. usam igual / galopes que estouram: estava lá escrito:
1.7
julho será um longo mês. o primeiro julho em oito anos em são paulo. o primeiro inverno em são paulo em tanto tempo.
não sabia que seria tão longo esse julho.
quando eu era criança tinha muitas dores de ouvido em julho.
e muitas vezes o que me curava era muito chá de camomila.
desde que julho começou tomei litros de chá de camomila pra ver se melhorava. e foi o último chá que minha vó bebeu e fui eu que fiz pra ela. devia ter feito erva-doce, que ela sempre me dava quando eu era criança e eu não gostava muito, mas aprendi que era um gosto bonito de se sentir porque era o que minha avó me dava. agora já não posso ver camomila que eu choro.
não deixei do que sempre associei camomila à claridade dos dias de verão. era isso que a camomila me trazia dentro do corpo quando eu era criança: a tranquilidade de uma brisa leve num dia quente.
lembro de uma trilha no Gerês, noutro julho, onde era verão, que subimos uma montanha gigantesca, infindável, antiquíssima. e quando chegamos lá no topo não existiam grandes promessas conquistadas além do corpo tomado pelo oxigênio dos músculos, e a delicadeza portentosa de um imenso campo de camomilas que tomavam o sol e a chuva primeiro do que todos que estavam lá embaixo.
lá no sol me deitei. e adormeci.
1.7
julho será um longo mês. o primeiro julho em oito anos em são paulo. o primeiro inverno em são paulo em tanto tempo.
não sabia que seria tão longo esse julho.
quando eu era criança tinha muitas dores de ouvido em julho.
e muitas vezes o que me curava era muito chá de camomila.
desde que julho começou tomei litros de chá de camomila pra ver se melhorava. e foi o último chá que minha vó bebeu e fui eu que fiz pra ela. devia ter feito erva-doce, que ela sempre me dava quando eu era criança e eu não gostava muito, mas aprendi que era um gosto bonito de se sentir porque era o que minha avó me dava. agora já não posso ver camomila que eu choro.
não deixei do que sempre associei camomila à claridade dos dias de verão. era isso que a camomila me trazia dentro do corpo quando eu era criança: a tranquilidade de uma brisa leve num dia quente.
lembro de uma trilha no Gerês, noutro julho, onde era verão, que subimos uma montanha gigantesca, infindável, antiquíssima. e quando chegamos lá no topo não existiam grandes promessas conquistadas além do corpo tomado pelo oxigênio dos músculos, e a delicadeza portentosa de um imenso campo de camomilas que tomavam o sol e a chuva primeiro do que todos que estavam lá embaixo.
lá no sol me deitei. e adormeci.
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