tão difícil, a melhor coisa, escrever.
tanto tanto pra um, dois ou três, ou nenhum.
acho que tenho sonhado
com hotéis. acordo e minha mãe me escreveu
dizendo que percebeu que não sente mais falta
mas saudade.
e eu acho que inverti tudo, comecei pela melhor parte
(segundo mamãe, as saudades). eu nem
análise faço mais pra saber de nada.
mas levanto no meio da tarde e vou ler o poema
de carlos drummond de andrade
"com o pensamento em ana cristina"
por muito tempo desconfiei que ausência é falta.
penso que o Atlântico talvez seja mesmo
uma forma de suicídio. renomado
imortal. ou será que os oceanos terão
um dia, fim? será que enfim a morte é
onde as coisas terminam?
digo pra um amigo que os funerais são uma parede
com travo de desespero, ou cansaço. pra outro
peço que me escreva, encarnecidamente, porque
ouço a voz dele o dia inteiro. mas ouço em silêncio
por isso não me aterrorizo com pouco.
inclusive só me aterrorizo com o tempo
em que eu pensava, recorrentemente, em suicídio.
mas o oceano, não. o oceano me dá as duas faces.
já contei que foi só vindo viver aqui que virei brasileira?
gosto muito de errar em certos privilégios. é como uma espécie de
dizer, portuguesamente, gosto muito de gozar em certos
privilégios. fica dito assim: é verdade, os brasileiros somos mesmo
qualquer coisa. o que reconhece a identidade posterior é o problema?
digo: a identidade está já traçada, é a identificação completa entre os pólos dela
o equívoco? mas aqui já acabou o poema, e começou a dissertação.
(acho importante separá-las.
inclusive, se eu pudesse, separava tudo no mundo.
aprendia a ser virginiana. tenho sempre alguns ao meu lado. os vejo
muito, desde a infância. eu mesma aprendi certos detalhes que não me confundem mais).
por exemplo, só.
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