Eu a rosa negra da planície de Saron lírio de seis petálas no vale.
Como a rosa
entre os espinhos cardos assim a minha amiga está
entre as filhas.
Como a macieira entre as árvores no bosque o meu amado
é entre os filhos.
Sob a sua sombra desejei e estive e o seu fruto luz doce
na minha garganta.
Trouxe-me para a sua cave assinalou sobre mim o amor
o seu pendão.
Rodeai-me de taças de vidro fundamentos pomos que adoeço
de amor eu.
A sua esquerda sob a minha cabeça a sua direita que
me há de abraçar.
Vos rogo filhas de Jerusalém por gamo e por cervos do campo
que não desperteis
nem fareis desvelar amor na caça antes de que queira.
Voz do meu amado eis é o que vem atravessar os montes saltar
sobre as colinas.
Semelhante o amado a gamo ou a cria de cervo é este aqui está
além do muro
brota entre janelas o que assoma pelas gelosias. Respondeu
o meu amado
disse-me levanta o teu corpo minha amiga
bela e caminha
porque o inverno foi o exílio a chuva passou caminhou
para além.
Saem da terra os rebentos eis o tempo da poda chegou
hora do cântico.
E a voz da rola nos campos terra nossa peregrina
que se ouve.
Na figueira brotam os figos e a vide o odor ergue-te
a ti mesma
amiga minha formosíssima e vem contio. Minha
pomba brava
nos recantos da escarpa oculta nas espirais descobre
a tua face Rosto
faz ouvir a tua voz e essa tua face
Rosto desejável.
Prendei-me as raposas novas que destroem vinhas nossas
que estão em flor.
O meu amado meu unido e eu para ele o que apascenta
entre as rosas lírios.
Antes de que sopre o dia e fujam as sombras na manhã na tarde
sê semelhante
meu amado a cabra ou a cria de cervo sobre as montanhas
de separação.
[a tradução é de Fiama Hasse Pais Brandão, do Cântico Maior (Atribuído A Salomão).]