Cabe a ti se separar da mente e descobrir os relevos das diferenças / delegar para um lugar desconhecido aquele que em ti escolhe/ mas o que me organiza é justamente pensar/ justamente, / retirar do caldo aquilo antes que caia,/ que vira um magma vivo, eu só revelo o magma vivo de um bochechar de boca / um cavalo tem dentes uma mulher também/ e o que se pensa enquanto se cospe a água / capacidade / média do pensamento é de mil coisas por pestanejar / eu transformei um tubo de acesso/ um tubo de acesso que sou eu/ me transformei/ acesso ao quê? / Ao resgate.
quinta-feira, 29 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
lx news
lavei as cortinas de veludo azul, dei um armário pra um desconhecido que estava dentro de casa quando cheguei da rua. é que eu não moro mais aqui. agora tenho que ir.
corisco e concreto são irmãos
Quando passo dias assustada, só consigo me abrir para o ritmo das coisas. Para se fazer tudo finge durar para sempre. Mas aprendi com você que o ferro faz atrito por dentro do betão, se expande e espraia, a matéria tem ritmos diferentes e isto faz desarmar o concreto armado em questão de menos de um século. Somos tão modernos que incluímos o deixar de ser. Com a sua pá e as suas chaves, de nada o tempo abdica e a tudo esfarela. A sala desta conversa está a se desfazer na velocidade do que a gente não enxerga. As casas, as frutas, os livros, os olhos que você deixa pousar um instante, tudo, estudo, és tudo em transformação. Sinto o bafo do caminho e por ele tento guiar meus passos.
Faz da insegurança a sua força. O mundo não é sólido, meu bem, o edifício também. Entre eles, considero o enorme chão. Ossos na leva: areia de lava com água que lava, foi o primeiro modo de fazer concreto do mundo. Certos conhecimentos se acumulam. O fogo afinal amacia o ferro e forma a ligadura da costela. Dia a dia, serás meu e misturarás o pó dos teus ossos com o pó dos meus. Enverga comigo, para durar. A arma, amante. Dois arcos e uma flecha que assalta. Abraçamos o coração sem centro. Você diz que é de noite que o céu se mostra como é, o azul diário é uma fábula do sol quando atravessa a atmosfera. E eu que andava evitando o noturno, descubro o andaime, monto nele e pego os raios com as mãos.
sábado, 17 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
útil 2
o papel fino que comprei
é para máquina de escrever
o papel do word e afins
acabou.
o papel fino estava em promoção.
a impressora imprime minha dissertação
no papel fino que comprei
mas não meus poemas
do destino do mar
como ondas a impressora
engasga e engole
se tivesse na praia
atirava na água a impressora
qualquer promoção
virava musgo
meu livro também
é para máquina de escrever
o papel do word e afins
acabou.
o papel fino estava em promoção.
a impressora imprime minha dissertação
no papel fino que comprei
mas não meus poemas
do destino do mar
como ondas a impressora
engasga e engole
se tivesse na praia
atirava na água a impressora
qualquer promoção
virava musgo
meu livro também
útil
o papel fino que comprei
pra usar na máquina de escrever
na papelaria fernandes
que está sempre a falir
a falir e se reconstruir
em promoções das mais variadas
o papel fino que comprei
é para usar na valentine
porém acabou o papel
o outro para word e afins
então o papel fino que comprei
ele imprime minha dissertação
mas o poemas do destino do mar
não
o papel fino que comprei
engole a impressora
quando imprime poemas
não sei se é uma retaliação
ou somente uma ação
conjunta da valentine
da papelaria fernandes
do chiado dos papéis
dos prazos
dos afins
de engolir papel
pra usar na máquina de escrever
na papelaria fernandes
que está sempre a falir
a falir e se reconstruir
em promoções das mais variadas
o papel fino que comprei
é para usar na valentine
porém acabou o papel
o outro para word e afins
então o papel fino que comprei
ele imprime minha dissertação
mas o poemas do destino do mar
não
o papel fino que comprei
engole a impressora
quando imprime poemas
não sei se é uma retaliação
ou somente uma ação
conjunta da valentine
da papelaria fernandes
do chiado dos papéis
dos prazos
dos afins
de engolir papel
segunda-feira, 12 de março de 2012
should be more drastic
As fases nas quais
eu me identifico
com o Bob Dylan
são muito boas.
eu me identifico
com o Bob Dylan
são muito boas.
Minha vida começou no infinito
e vai terminar no apocalipse.
Minha vida começou no apocalipse
e vai terminar no infinito.
e vai terminar no apocalipse.
Minha vida começou no apocalipse
e vai terminar no infinito.
Faço uma estrofe
de cada lado
que é para não tropeçar.
de cada lado
que é para não tropeçar.
Os poetas re-encarnam?
, você acha que os poetas re-encarnam
ou que eles são a mula sem quatro-cabeças?
, você acha que os poetas re-encarnam
ou que eles são a mula sem quatro-cabeças?
Gosto dos sons que as crianças emitem.
A melhor coisa que elas inventaram foi a primavera.
A melhor coisa que elas inventaram foi a primavera.
bob dylan não é van gogh
sonhei assim, um homem tinha tido a orelha decepada
estava pendurada
vinha um médico com agulha, linha, tudo
costurava, a partir de cima
o remendo. o eduardo também estava.
dava tudo certo,
olha que bom.
estava pendurada
vinha um médico com agulha, linha, tudo
costurava, a partir de cima
o remendo. o eduardo também estava.
dava tudo certo,
olha que bom.
Marcadores:
caderno público de sonhos
este caderno ainda está no começo
o império está
no não-saber
eu estava querendo
escolher entre
mas o império
está no não-saber
o infinito
o absoluto
o que virá
não sei se bom
se um guia
ou uma carta de condução
sinuosa, porém
eu quero vir logo pra cá
mas não posso
segredo
o nome disto é
dia-a-dia.
no não-saber
eu estava querendo
escolher entre
passado
futuro
presente
?mas o império
está no não-saber
o infinito
o absoluto
o que virá
não sei se bom
se um guia
ou uma carta de condução
sinuosa, porém
eu quero vir logo pra cá
mas não posso
segredo
o nome disto é
dia-a-dia.
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o futuro
quinta-feira, 8 de março de 2012
8 deitado é infinito
no plano do dia
eu tenho cada vez mais amigas
mulheres
não sei o que isto significa
eu tenho cada vez mais amigas
mulheres
não sei o que isto significa
quarta-feira, 7 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
puro
estou como as primeiras costelas de um corpo
empilhadas na cartilagem com a bacia
minha bacia vermelha, dispersiva
é a época da grande gestação do começo
SEI QUE OS CAMPOS IMAGINAM AS SUAS
PRÓPRIAS ROSAS.
AS PESSOAS IMAGINAM SEUS PRÓPRIOS CAMPOS
DE ROSAS. E ÀS VEZES ESTOU NA FRENTE DOS CAMPOS
COMO SE MORRESSE;
OUTRAS, COMO SE AGORA SOMENTE
EU PUDESSE ACORDAR
ele, eu sinto, depois de me dar um armário para viver por dentro
disse eu
Onde encontro os potes de massa
ao redor das pilhas enferrujando
na caixa de sapatos
junto das fotografias
enrolado numa manta
o amor, raro. O amor
tira o cavalo da naftalina
gira e grita
grita e guia.
eu ia dizer que ele precisava de um silêncio muito grande que o envolvesse
até que fossemos capazes
de entender as coisas. mas ele é um aventureiro
o meu amor é uma ventura
então o telefone toca
o meu amor é tão arrumadinho
e eu digo que estava escrevendo este poema
ou melhor, digo que já faz tanto tempo que não escrevo um poema
que estou preocupada até com isso
não digo isso assim em público
também porque a preocupação é só um cansaço
também porque do que eu sinto falta sem os poemas
do que eu sinto falta é deste senso de aventura
em que cada
movimento de partida é uma inteligência
que se desfaz, de tanto que se fixa, escrever
bem se sabe, é o meu maior prazer
se bem que o meu amor também me dê muito trabalho
ele fica um pouco atordoado de saber que sou tão estranha
e é por isso que ele me ama
digo justamente aquilo que não interessando a ninguém, é o que me interessa
não tomo nada dos outros e nisto meu amor sabe
tudo que eu turvo tende para o azul
inclusive o ouro. procuro
empilhadas na cartilagem com a bacia
minha bacia vermelha, dispersiva
é a época da grande gestação do começo
SEI QUE OS CAMPOS IMAGINAM AS SUAS
PRÓPRIAS ROSAS.
AS PESSOAS IMAGINAM SEUS PRÓPRIOS CAMPOS
DE ROSAS. E ÀS VEZES ESTOU NA FRENTE DOS CAMPOS
COMO SE MORRESSE;
OUTRAS, COMO SE AGORA SOMENTE
EU PUDESSE ACORDAR
ele, eu sinto, depois de me dar um armário para viver por dentro
disse eu
Onde encontro os potes de massa
ao redor das pilhas enferrujando
na caixa de sapatos
junto das fotografias
enrolado numa manta
o amor, raro. O amor
tira o cavalo da naftalina
gira e grita
grita e guia.
eu ia dizer que ele precisava de um silêncio muito grande que o envolvesse
até que fossemos capazes
de entender as coisas. mas ele é um aventureiro
o meu amor é uma ventura
então o telefone toca
o meu amor é tão arrumadinho
e eu digo que estava escrevendo este poema
ou melhor, digo que já faz tanto tempo que não escrevo um poema
que estou preocupada até com isso
não digo isso assim em público
também porque a preocupação é só um cansaço
também porque do que eu sinto falta sem os poemas
do que eu sinto falta é deste senso de aventura
em que cada
movimento de partida é uma inteligência
que se desfaz, de tanto que se fixa, escrever
bem se sabe, é o meu maior prazer
se bem que o meu amor também me dê muito trabalho
ele fica um pouco atordoado de saber que sou tão estranha
e é por isso que ele me ama
digo justamente aquilo que não interessando a ninguém, é o que me interessa
não tomo nada dos outros e nisto meu amor sabe
tudo que eu turvo tende para o azul
inclusive o ouro. procuro
quinta-feira, 1 de março de 2012
dentro de mim mora
um sonho tão bonito dois dias atrás. de que eu entrava numa casa que era minha nova casa, ela tinha as estruturas dos tetos como grandes patas de aranha, muito altos e finos, que intervalados por vidros muito grandes, davam para um jardim (que é o jardim da prima do alfredo em visconde de mauá, o jardim mais bonito que já vi, onde árvores de caqui se debruçavam no córguim que ali passava), onde era noite, mas era possível ver o jardim. um pé direito de 5 metros de altura, e todos os pavimentos do chão em carpete, mas bem no centro uma área só de madeira. o carpete era bem anos 70, figuras geométricas enormes cor de azul, vermelho vinho e amarelo mostarda. e havia uma biblioteca e sofás imensos, onde dava tanto pra deitar, como se sentar e espreguiçar. eu, maravilhada, como só sou com o que é meu.
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