às vezes a pergunta "como conviver com o próximo?" se alterna num salto
que pergunta "como conviver com o póstumo?". não sei, tanta gente que
conheço vive entre ruínas. nem sei mais se acho que isso é ruim.
durante algum tempo quis abdicar do valor do tempo, de dizer que as
coisas se passam de um jeito ou de outro. deixei-me triste até o
silêncio. hoje desconfio que já era ela, mesmo que calada, a transformação. sempre ritmada e desafinada, tom de tudo, a transformação.
e a viagem vira um intervalo, ou um procedimento? vira o virar, que uma
vez na cinemateca ouvi dizer que o césar monteiro não terminou a
montagem de um filme, quando recebeu o dinheiro pra fazê-lo pegou tudo e
foi passar uns dias em Roma. prova de que existem irresponsáveis
louváveis. nota psicanalítica (ou a transformação as usual em curso):
tratar a viagem como cesar monteiro tratava a vida, à galope.
no fundo eu não tenho estômago pra nada. é literal, basta 1/4 da
bactéria inteira que atacaria uma pessoa normal, basta 1/4 dela pra que
eu esteja deitando as tripas pra fora. e jesus, finalmente aprendi de
que lado está o baço. vou ser hipocondríaca quando póstuma: aquela que
só sabia de emplastos, astrologias, poemários rotos. aliás, uma coisa
que a europa me ensinou foi a amar o roto.
sem ofensas, pessoal.
tudo no mundo continua um interior sem tamanho.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
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