primeira
noite na tenda a chuva torrencial entre carvalhos. já me adaptei a
certos vocabulários e nos dias anteriores a cada cachoeira me pegava
cantando "eu sou memória das águas".
devia ser seis da manhã
quando senti uma bolha na omoplata direita. não poderia ser, mas eram
meus ombros nivelados por uma poça embaixo. atravessou a lona, o saco de
dormir, me tornou os pulmões um precipício.
tive pneumonia uma vez por estar com a vida toda fudida e numa noite de
frio ter fumado tudo e deitado com as costas no chão pra ver o céu da
praça do relógio com a Mari.
lembrei disso & chorei miúdo.
*
só pode ser domingo, é isso.
me impressionava no primeiro livro de poemas que li a quantidade de
vezes que "domingo" era referido. logo a poesia me mostrou que podia
tourear o tédio, nosso imenso companheiro.
o livro era o "alguma poesia".
*
estou rodeada de antepassados aqui, os carvalhos. e everything inside is made of stone.
domingo e água.
domingo é água.
sábado, 27 de julho de 2013
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